terça-feira, 10 de junho de 2008


Viver a vida é ver sem olhar,
É sentir sem tocar,
É saborear sem provar.

É ter tudo e muitas vezes
Não saber o que se tem;
É ser ingrato quando se está bem
E querer mais do que se pode
alguma vez ter.

Viver a vida é nunca estar satisfeito.
É ouvir a mesma música vezes sem conta,
Até a saber de cor ou até adormecer
Com os acordes a soarem no nosso interior.

É não acordar apenas por causa do despertador,
Mas porque se sabe que cada dia vai ser bom,
Não importa se se é sonhador
Ou apenas um tolo crente.

Como se descreve a vida?
Como se descreve o cair de flocos de neve,
ou o dançar das folhas outonais que o vento arranca das árvores?
Como se descreve um pôr-do-sol,
ou uma simples brincadeira de amigos?
Como se descrevem sentimentos e emoções?

Como nos descrevemos a nós próprios, por dentro?

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa, Ana :)

A ideia da vida como uma tensão, que nos puxa para algo que não sabemos o quê... Não há forma de fazer com que a música nos sacie, e que nos faça não ouvir mais. É com uma sede que não acaba, por mais água que bebas. Mas tu gostas dessa sede.

Gosto disso, e gostei do poema :)

Beijo, e continua :)

Joana disse...

Esse poema faz-me lembrar uma música, apesar de não saber o nome nem quem a canta xP

Obrigada pela flor! Vou usá-la no Europarque, prometo.

Tenho os melhores afilhados do mundo, minhas crianças =')