quarta-feira, 30 de abril de 2008

"É outra vez a vida que começa, aberta de inocência e de frescura"


Bem, estas mini-férias do 25 de Abril souberam mesmo bem xD

Antes de mais deixem dizer-vos que Alcalá é uma terrinha muito gira e que a minha "irmana" é simplesmente espectacular. Só tive pena de ter que voltar, mas a felicidade não dura para sempre...


Mas esta viagem foi um laivo de ar fresco.


Pois bem, mas a vida volta novamente ao mesmo, à mesma rotina, mas agora com a certeza que é muito mais do que rotina e que mais uma pessoa, num sítio relativamente distante, merece a minha atenção e amizade. Assim, a vida recomeça, mas guiada por aquela estrela que, pelo menos por agora, parece brilhar para nunca mais se apagar.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

O meu canto

Trabalhos, testes, estudo, estudo e mais estudo, concertos e uma dose de amizade... É assim a minha vida... Mas será que vale a pena, será que é isto ser feliz? Será que alguém é feliz? Poderá alguém dizer: "Já tenho tudo o que quero, não vou lutar por mais nada..."?

É claro que não! Assim como eu nunca me darei por satisfeita com o que alguma vez conseguirei ter ou fazer. E é por isso que continuo: porque sei que, embora nunca me dê para satisfeita, há sempre a ilusão do: "vou ser mais feliz se...", e se eu sei que também isso é uma ilusão, e que a verdadeira felicidade não existe, também sei que tenho de continuar por alguma razão.

E é por isso que eu continuo a esforçar-me e a tentar agradar a todos os que me rodeiam, ou pelo menos à maior parte... Mas nem todo o meu empenho, por vezes, é o bastante. E quando eu percebo que já fiz tudo o que havia para fazer e mesmo assim não consegui, fico realmente desiludida e por vezes escondo-me no meu canto... Mas só o tempo suficiente para depois voltar a tentar... Mas por vezes as desilusões são demasiado fortes, demasiado duras para esquecer, demasiado intensas para não as viver a todo o momento, demasiado presentes para poder continuar, para poder sair do meu canto... Afinal, lá está tudo bem, tudo é acolhedor, reconfortante, amigo... Lá, ninguém me desilude, nem eu desiludo ninguém.

Mas finalmente, saio de lá...

É claro que sei que vai acontecer tudo outra vez... Mas por mais que queira, eu não posso mudar... Eu sou assim... Não aprendo nunca... Mas também, quem sabe viver a vida?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A melodia silenciosa



A sala vazia dava-me arrepios...


E, subitamente, notas soltas pareciam desprender-se do grandioso piano preto tocado por ninguém. O tempo passou e elas continuaram a soltar-se, cada vez mais intensas, cada vez mais, cada vez compondo uma melodia mais bonita...e mais triste. Choravam lágrimas cristalinas, convidando-me a fazer parte daquela melodia silenciosa, daquele choro que mais ninguém ouvia.

E eu estava sozinha na enorme sala vazia, onde tudo era desprovido de emoções excepto aquela melodia triste, com a qual eu me identificava. E descrevia exactamente os meus sentimentos, aquela triste melodia. E quando dei por mim já a acompanhava, e já a sabia de cor, a música dos sentimentos.

E depois notei que, afinal, não estava sozinha na sala... Havia lá mais alguém, alguém que também escutava a notas que saíam do piano, cada vez mais fortes e mais tristes, e esse alguém também as sentia como eu, também vivia a melodia como se fosse a sua vida.

Olhei para o vulto e não lhe distingui a cara. Estava encoberta por sombras feitas de mágoas nunca exprimidas, nunca ditas, nunca sentidas da maneira que deviam. E eu olhei-me ao espelho, e vi que também eu estava coberta por aquela nuvem triste.

E subitamente apercebi-me do porquê de ter reparado em ti: Porque tu eras igual a mim, era por isso. Mas eu não te conhecia, tu não me conhecias a mim. Mas eu sabia que eras tu, quase tão bem como sabia que nunca te iria poder alcançar, que nunca me olharias da mesma maneira que eu sempre olhei para ti, quase tão bem como sabia que, por mais que quisesse, nunca te poderia dizer isto... E ainda melhor sei eu que, se leres isto, não saberás que é para ti...

E uma lágrima caiu no meio da sala... Ecoou por todos os cantos e mandou a música parar... Pois agora era a minha vez de chorar...