sexta-feira, 9 de maio de 2008

Viagem


Roças a minha cara
Com uma leve suavidade,
Com uma infinita bondade
Que me faz estremecer.

Tudo em ti é volátil e sereno,
Passageiro mas seguro.
Ofereces-me um conforto nu,
Despido de realidade,
Mas que ainda assim traz saudade
De tempos passados.

Não tens cor ou corpo,
Mas o teu sublime som
Basta para me acalmar,
Para me pôr a flutuar
Por campos, por praias desertas,
por jardins infinitos, por janelas abertas.
Por todos os sítios por onde só tu,
O misterioso, sublime e poderoso
Podes passar

E eu invejo-te
Por seres livre e poderes não ter tento,
Por não teres de dar justificações,...
E fugir.