sábado, 9 de maio de 2009

PÔR DO SOL

É quando menos se espera que as coisas acontecem.
É quando se pensa viver no Paraíso que o mundo vira.
É quando tudo é certo que perdemos todas as certezas
É quando perdemos as certezas que sentimos medo.
É quando sentimos medo que damos valor ao que temos.
Mas por vezes só sentimos medo tarde de mais.
Por vezes damos tudo por tão garantido
Que não notamos quando o mundo dá a volta,
Que não percebemos que alguém se vai embora.

E agora já é tarde de mais.
No profundo infinito do esquecimento
As palavras já rolam sem sentido.
Porque não soube eu proferi-las mais cedo?
Porque não as consigo dizer agora?
Porque te vejo afastar cada vez mais
Sem te conseguir nunca alcançar?

Porquê que, cá dentro, ainda espero por ti?
E é no fim do dia,
Enquanto vejo o pôr-do-sol,
Que me arrepio
E tomo consciência
Que eu sou a única culpada
De finalmente se ter extinguido a luz do meu farol....